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Câncer de próstata

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Informações importantes acerca do câncer de próstata:

 

· O câncer de próstata é um das formas mais comuns de câncer em homens.

· É a segunda causa principal de mortes por câncer em homens nos Estados Unidos.

· O câncer de próstata é um tumor de crescimento lento e a velocidade pode variar de pessoa para pessoa. 

· Atualmente a maioria dos tumores de próstata é diagnosticada precocemente, antes de se disseminara para outros órgãos.

· O tumor localizado não causa sintomas.

· Os tumores avançados, que já saíram da próstata, são mais difíceis de controlar.

· É muito importante o diagnóstico em uma fase inicial. O tratamento precoce pode impedir a disseminação do câncer.

· Homens acima dos 40 anos devem colher exame de PSA 1 vez ao ano.

TIPOS DE TRATAMENTO

1- PROSTATECTOMIA RADICAL

Esta operação remove a próstata e vesículas seminais. Ela é feita com o paciente sob anestesia geral ou peri-dural e sedação.

No pós-operatório o paciente permanece internado de 3 a 5 dias e com sonda vesical (na bexiga) por 9 dias em caso de cirurgia tradicional aberta e 6 dias nas robóticas. O retorno às atividades normais ocorre em 3 a 5 semanas.

· Homens com história familiar têm maior chance de desenvolver câncer de próstata (por exemplo, um pai ou irmão em que foram diagnosticados cânceres de próstata).

· Homens da etnia negra acima dos 40 anos

· Homens acima dos 40 anos e que apresentem algum dos seguintes sintomas: dificuldade para urinar, micções diurnas freqüentes, acordar a noite para urinar, sangue na urina, dor nos ossos, incômodo pélvico, perda de peso e dor no períneo.

2- RADIOTERAPIA

 

    A radioterapia é o uso de raios de alta energia (como raios-X) e partículas (como elétrons e prótons) para destruir as células cancerosas. Ela pode ser usada para tratar tumores confinados à próstata ou aqueles que estão invadindo tecidos próximos. É usada também após a cirurgia quando há recidiva local.

3- HORMONIOTERAPIA

    Este tratamento é usado em pacientes nos quais o câncer não está mais restrito à próstata ou que voltou após radioterapia ou cirurgia. O objetivo da hormonioterapia é diminuir os níveis de testosterona, o hormônio masculino. Parte das células tumorais são hormônio dependentes e portanto sensíveis à falta da testosterona. A hormonioterapia não cura o câncer mas faz o tumor crescer mais lentamente.

Tipos de hormonioterapia:

Orquiectomia

 

 

 

 

    É a retirada cirúrgica dos testículos. Apesar de ser uma cirurgia ela é considerada hormonioterapia, porque vai remover a principal fonte produtora de hormônio masculino.

Análogo liberador de hormônio Luteinizante (LHRH)

    São drogas injetáveis, usadas em intervalos de 30 ou 90 dias, que bloqueiam a produção de testosterona pelo testículo.

Anti-andrógenos:

    Mesmo após a retirada ou o bloqueio dos testículos com hormônios, a glândula adrenal continua produzindo uma pequena quantidade de testosterona. Os anti-androgênios são drogas que bloqueiam a ação da testosterona. São administradas em forma de comprimidos 1 a 3 vezes ao dia. Quando usadas em combinação com a orquiectomia ou bloqueio LHRH chama-se bloqueio androgênico total.

4- QUIMIOTERAPIA

    É uma opção de tratamento em pacientes com câncer avançado e que a hormonioterapia falhou. Tem a função de diminuir o ritmo de crescimento do tumor e diminuir as dores. São usadas drogas por via endovenosa, intramuscular ou oral.

 

EFEITOS COLATERAIS DO TRATAMENTO

 

INCONTINÊNCIA URINÁRIA

    É a falta de controle sobre a retenção de urina na bexiga. Normalmente a incontinência é dada pelo colo vesical, próstata e esfíncter externo. Com a retirada da próstata, o paciente perde os dois primeiros mecanismos e somente o esfíncter fica responsável por tudo. O esfíncter é um músculo que envolve a uretra e está muito próximo do ápice prostático. Em alguns pacientes ele está íntegro mas não consegue manter a continência, talvez por ser deficiente desde o pré-operatório. Após a retirada da sonda da bexiga, no pós-operatório, a volta da continência pode levar alguns meses e a melhora é progressiva.
    A incontinência ocorre em aproximadamente 2% dos pacientes submetidos à retirada da próstata. A incontinência pode variar em sua intensidade, desde total até a perda de algumas gotas durante grandes esforços, que ocorre em 35% dos pacientes. 
    O tratamento depende do grau de perda de urina, podendo ser desde o uso de pequeno absorvente até a colocação de um esfíncter artificial.

IMPOTÊNCIA

    A impotência ou disfunção erétil é a inabilidade de conseguir ereção peniana suficiente para manter relação sexual satisfatória. Os nervos da ereção podem ser lesados total ou parcialmente tanto pela cirurgia como pela radioterapia. A recuperação da potência pode levar de 3 a 12 meses. A libido (desejo sexual) e a capacidade de ter orgasmo não se alteram com a lesão destes nervos.
    Quando se utiliza técnica cirúrgica para preservação dos nervos da ereção, as chances de um homem de até 65 anos, com potência normal no pré-operatório, continuar potente é de aproximadamente 70% e nos homens acima de 65 anos é em torno de 30%. Estes números são estatísticos, valem para uma população e não para cada indivíduo.
    Existem vários tratamentos para impotência pós-tratamento de câncer prostático: uso de medicamentos via oral como Viagra, Uprima, supositórios intra-uretrais de prostaglandina, dispositivos à vácuo, injeção intra-cavernosa de drogas vasoativas (prostaglandina, fentolamina e papaverina) e colocação de próteses.


 

 

 

 

Autor

Dr José Augusto Ferreira Bittencourt

Dr José Augusto Ferreira Bittencourt

Urologista

Mestrado em Mestrado em Medicina: Urologia no(a) Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).